Designa qualquer alteração do ritmo cardíaco e o pulso torna-se irregular. Existem vários tipos e muito diversos, muitas vezes benignas e menos frequentemente poderão ter consequências graves tais como o AVC ou mesmo morte súbita. Poderão estar associadas a sintomas tais como palpitações, tonturas, desmaios (síncope), cansaço, falta de ar (dispneia)ou dor no peito.

Designa perda de transitória de consciência, com possível queda de onde poderão resultar sequelas traumáticas graves. Pode ocorrer após um curto período de sintomas (pródromos) ou ser de instalação súbita. Pode ser de causa cardíaca, neurológica ou metabólica. Obrigam a avaliação da sua causa pelo risco de repetição de novas quedas e pela possível existência de uma doença importante subjacente.

Condição em que o coração não consegue bombear sangue suficiente para satisfazer as necessidades do organismo. Associa-se a sintomas de cansaço fácil, sensação de falta de ar (dispneia) com esforços mais pequenos ou mesmo em repouso, por vezes também deitado, intolerância ao esforço, edemas (inchaço) com predomínio nos membros inferiores, distensão abdominal, enfartamento precoce após refeições, redução do volume de urina ou aumento súbito de peso. Como alguns destes sintomas são inespecíficos, isto é, podem ocorrer noutras situações, torna-se necessário confirmar o diagnóstico com o auxílio de exames complementares e análises. Estes estudos são também necessários para identificar a causa desta doença (HTA, álcool, enfarte do miocárdio, angina de peito, doenças das válvulas cardíacas, doenças familiares, etc.) e para ajustar o tratamento.

O coração tem 4 válvulas cuja função é fazer com que o sangue circule num só sentido. Assim, elas abrem quando o sangue se desloca no sentido correcto e encerram a passagem quando o sangue quer refluir. Desta forma as doenças que as afectam pode provocar a redução da sua abertura (estenose) ou a incapacidade em travar o refluxo sanguíneo ( insuficiência ou regurgitação). As causas podem congénitas (presentes desde o nascimento) ou adquiridas degenerativas (da idade) ou por doenças que afectam a sua estrutura (infecções, tumores, etc.). Os principais sintomas associados a estas condições são os da insuficiência cardíaca e também tonturas, síncope ou dor no peito. A sua correcta avaliação necessita de estudos de imagem, nomeadamente o ecocardiograma. Nos casos mais graves podem necessitar de correcção cirúrgica.

Ao longo da vida é frequente a acumulação de colesterol nas paredes das artérias do coração, as artérias coronárias, sob a forma de placas ateroscleróticas. Esta acumulação resulta da influência de vários factores de risco ao longo de décadas de vida. Alguns são ambientais tais como o colesterol no sangue, a diabetes mellitus, a HTA, o tabagismo, a obesidade e o stress, outros são inerentes ao próprio indivíduo tais como os factores genéticos e familiares. Do crescimento das placas ateroscleróticas e obstrução do interior das artérias (lúmen) podem resultar várias complicações, nomeadamente a angina de peito ou o enfarte agudo do miocárdio. Geralmente a angina de peito resulta de uma obstrução severa das artérias, geralmente não completa e que não produz enfarte do miocárdio, da qual resulta a redução da irrigação de um território do músculo cardíaco (o miocárdio). Nas situações mais típicas os sintomas são a dor no centro do peito (pode surgir também desde a mandíbula até à região do estômago, nas costas ou nos braços), de tipo opressivo, aperto, peso, ardor ou queimadura, normalmente em esforço ou em situações de stress e alivia com o repouso ou com nitroglicerina sublingual. A sua duração não é superior a 10 minutos. O enfarte agudo de miocárdio resulta habitualmente de uma oclusão total de uma artéria coronária, súbita e imprevisível, formada por um coágulo sanguíneo que se forma no local de uma placa aterosclerótica. É uma situação que acarreta a morte (enfarte) de células de uma região do miocárdio por falta irrigação e que se inicia logo após os primeiros minutos de oclusão arterial. Acarreta elevado risco para a vida do doente, quer pelo enfraquecimento do coração (se a área atingida for extensa), quer pelo risco de arritmias que podem conduzir a uma paragem cardíaca, quer ainda pelo risco de rotura mecânica de estruturas do coração (válvulas, paredes do coração, etc). É exactamente por ser uma situação de elevado risco que o tratamento urgente do enfarte é tão importante e deve ser feito de imediato num serviço de urgência hospitalar. A dor que acompanha o enfarte agudo do miocárdico é por vezes semelhante à da angina de peito, mas é mais intensa, mais prolongada, geralmente mais de 20 minutos, pode surgir em repouso e acompanhada por outros sintomas tais como sudação intensa, náuseas, palidez, falta de ar. No tratamento das doenças das artérias coronárias a medicação assume um papel tão importante quanto o cateterismo cardíaco.